sábado, 21 de fevereiro de 2015

Creonte no Jiu-Jitsu, saiba como surgiu esta expressão



Nas décadas de 80 e 90 o Jiu-Jitsu conquistava grande parte da juventude carioca, com a expansão das academias Gracie de Jiu-Jitsu e as rinchas com a galera da Luta Livre. Treinar era coisa séria, sua turma e estilo seriam definidos por este princípio, a fidelidade do aluno com seu mestre e companheiros era algo fundamental, basicamente a idéia de família, onde uma vez dentro, você teria que defendê-la com unhas e dentes. 
A troca de academias era algo constante, porém o saudoso mestre Carlson Gracie, sempre polêmico, criou uma denominação curiosa para estas pessoas “Creontes”. Nome retirado de um personagem de novela da época que era considerado traidor e mal carater. 
 Esta expressão era utilizada com grande seriedade por todos lutadores. Para entender melhor, creonte era o cara que treinava em determinada academia, sendo bolsista, ou pagando matrícula, recebendo todos os ensinamentos de seu mestre e quando estava casca-grossa, deixa sua academia para treinar em outro lugar. Em algumas situações, após uma derrota, o mesmo aluno voltava a sua academia de origem, há relatos de alunos expulsos a gritos por seus professores. 
 “Infelizmente sempre vai existir, é a pior coisa que um homem pode ser. Pessoa não grata por seus amigos, parceiros de treino, ao seu mestre a sua família, lembre-se creonte hoje aqui comigo, amanhã com você, creonte sempre será creonte” Entrevista do site meia guarda com Prof. Brazilian Fight – João Claudio 
 Hoje em dia a relação entre academia aluno já não é a mesma, muitos não entendem a filosofia que envolve o tatame, a disciplina e a dedicação de seu mestre e companheiros, levando tudo como um serviço, “mensalidade paga, serviço recebido”. Com a vida corrida da cidade, isso se tornou fato costumeiro. Com o tempo esta expressão vêm se perdendo e a troca de academias por atletas em busca de melhores treinos e estrutura.

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